terça-feira, 16 de abril de 2013

A Congregação Cristã no Brasil mudou depois da década de 60?

Caro irmão anônimo

Permita-me fazer algumas ponderações sobre o seu comentário.

“Essa data de que se fala que a CCB mudou a partir da década de 1960 é muito estranha, porque a maioria dos irmãos da década de 1960 foram ordenados anciãos nos anos 1920, 1930 e 1940.”

Eu não disse que a CCB mudou a partir da década de 1960, mas sim que foi nessa década que pregações exclusivistas foram POTENCIALIZADAS, ou seja, passaram a pregar com mais ênfase perante a irmandade tal comportamento de separação/segregação frente aos demais grupos denominacionais, veja como eu me expressei:

“Curiosamente, pregações deste tipo começaram a ser potencializadas na década de 60.”

Potencializadas = feitas com maior frequência.

O irmão conhece um ensinamento de 1961 onde afirma que nós não devemos mais considerar pessoas que não são batizadas na CCB como irmãos?

E antes disso, poderíamos considerar como irmãos pessoas que não eram batizadas na CCB?

Se não, por que o ensimanento então?

Ora, conheço relatos de irmãos antigos de que existia nas primeiras décadas do século passado consideração por parte dos membros da CCB para com crentes de outras denominações, em especial os crentes da Assembleia de Deus.

O avô da minha esposa, hoje com mais de 80 anos de idade e membro da Assembleia de Deus, me contou que seu pai (falecido presbítero da Assembléia de Deus) congregava com os irmãos da CCB no interior da cidade do Paraná e que lá ele tinha plena liberdade de orar, contar testemunhos, atender cultos e até mesmo pregar a palavra!

Isso ANTES da década de 60. Agora veja o que aconteceu a partir dessa década quando lançaram o seguinte ensinamento:

"- PREGADORES EXTRANHOS A NOSSA FÉ

Em hipótese alguma jamais devemos convidar ou permitir que pregadores de outras denominações ou de seitas se levantem perante o povo de Deus para pregarem a Palavra em nossas casas de orações. Se porventura se levantassem e lançassem entre a irmandade uma doutrina extranha, o único responsável seria o servo de Deus que, deszmazeladamente cedeu o seu lugar a quem não devia. Os servos de Deus são suficientes para explicar as coisas de Deus, não obstante algumas vezes a astúcia do adversário."

O tópico é de 1961 e esta disposto neste link.

Isso são provas factuais e documentadas das alegações que tenho feito desde então.

"Não vou questionar se o Francescon tinha outra visão nos EUA. Mas no Brasil está mais do que obvio que ele fundou a CCB como conhecemos hoje."

Negativo irmão. Uma das principais características da CCB como o uso do véu não fora instituído por ordem do Louis Francescon. Na comum dele as mulheres sequer usavam véu e sim um chapéu.

O mesmo ocorreu com a liturgia de culto que fora institucionalizada em todo o Brasil por meio do ancião Miguel Spina, e isso somente na década de 50.

Não estou com isso afirmando que o Louis Francescon não contribuiu em absolutamente nada para o desenvolvimento e o “modus operandi” atual da CCB. Sei perfeitamente que sua influencia, em certos aspectos, perdura até hoje em nosso meio. No entanto isso é bem diferente de afirmar que caiu em sua cabeça a ideia de fundar uma organização tal como é a CCB hoje, nos seus mínimos detalhes.

“Também não é novidade nenhuma no Brasil, que o Francescon frequentemente reclamava que a igreja dos EUA se desviava e se enchia de novidades e ele cansou de escrever pros irmãos daqui não deixarem isso acontecer.”

Isso é verdade. Lembrando que suas reclamações contra as igrejas americanas era o fato delas estarem se unindo para formarem grandes conglomerados evangélicos. Ele era contra essas uniões interdenominacionais por ser congregacionalista, tanto é que passou o resto de seus anos servindo a Deus em uma denominação independente que não tem (e nunca teve) ligação oficial alguma com a CCB.

E será que ele aprovaria hoje a atitude de um ancião em afirmar que somente pessoas que pertencem à CCB possuem de fato a Graça de Deus?

“Para não parecer que sou contra, quero deixar bem claro que o admiro e respeito Francescon como servo de Deus, mas não podemos esconder que ele é o responsável pela CCB ser como é em matéria de organização.”

Com algumas ressalvas, obviamente. Não tem como atribuir a Francescon o pensamento de um ancião de que a CCB é a graça de Deus. Se Francescon de fato ensinou isso por que ele não “fundou” uma “CCUSA cópia xerox autenticada da CCB?

Lembrando que uma “CCUSA cópia xerox autenticada da CCB” só apareceu nos Estados Unidos em 1980 por ação do ancião Miguel Spina.

Detalhe: Ele convidou várias denominações que tiveram a mesma origem do movimento o qual Francescon frequentou a se unirem com a CCB.

“E eu prefiro as coisas como estão, as outras denominações estão com muitas novidades mesmo.”

Sim, mas isso não significa que somente crentes da CCB possuem a graça de Deus. Eu sei que em nenhum momento você disse isso. Estou somente reiterando que o foco da postagem anterior aponta para o seguinte fato: Louis Francescon NUNCA ensinou aos membros da CCB a desconsiderar toda e qualquer pessoa que não pertence a CCB como parte da família de Deus nos proibindo de considerar verdadeiros crentes como irmãos em Cristo só pelo simples motivo deles não terem sido batizados em nosso meio.

Portanto, ele não é totalmente responsável pela formação atual da organização, como foi afirmado.

O irmão deve ter notado que a postagem anterior foi uma resposta à um critico que tentava vender a tese de que Francescon é o responsável direto pela atitude de certos membros da CCB em não considerar como irmãos os verdadeiros crentes que não são batizados em nosso meio.

Nem mesmo outros anciães brasileiros que tiveram tanto prestigio quanto ele e continuaram na liderarança central da CCB após a sua morte nutriam tal pensamento, como exemplo citarei Miguel Spina (clique no link ao lado para conferir).
No demais Deus te abençoe pela participação e oportunidade de poder estender este tema com o irmão.

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