quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Tudo como no PRINCÍPIO?

TÓPICOS - ASSEMBLÉIA DE 01 E 02 DE NOVEMBRO DE 1967

 

2.6 - ERROS DOUTRINAIS E PREGAÇÕES E ORAÇÕES NOS CULTOS
Os erros de doutrina são prejudiciais, pois induzem os ouvintes a uma compreensão e interpretação errônea dos textos da Sagrada Escritura, trazendo também um critério diferente quanto aos ensinamentos que temos recebido desde o princípio. Certo é que esses erros são involuntários, feitos pelo engano no falar. Então os servos devem ter espíritos de humildade e renúncia ao amor próprio, aceitando de bom grado a correçãoretratando-se perante o povo. 



Na CCB vigora o entendimento de que tudo deve ser realizado de acordo como era feitono princípio do movimento, isto é, de acordo com as práticas e interpretações bíblicas dos anciães mais antigos, sobretudo de seu fundador, o ancião italiano Louis Francescon. Diz-se também que devemos seguir os passos dos “primitivos desta obra”, dos “antigos”, ou dos “mais velhos”. O entendimento é que Deus teria revelado aos anciães do início do movimento sua inteira vontade em todas as crenças da CCB, desde doutrinas básicas, usos e costumes, passando por questões linguísticas como  dizer “Te batizo”, e não “Eu te batizo” ao batizar alguém etc. Assim, todos os “novos na graça” devem seguir os passos dos “primitivos da Obra de Deus”.

No entanto, ao longo dos anos, muitas das crenças básicas da Congregação foram sendo modificadas. Louis Francescon, o fundador, esteve 10 vezes no Brasil pastoreando a igreja (ou uma das igrejas) que fundou, sendo que sua última visita  ocorreu no ano de 1948. Enquanto presente ele buscava doutrinar a igreja e seus líderes em território nacional. Nos Estados Unidos, ele se correspondia com os anciães da administração do Brasil por cartas.

Um dos princípios básicos que foi mudado pela Congregação foi o não reconhecimento de outros evangélicos como irmãos em Cristo. Louis Francescon, em seu resumo da história da Congregação Cristã, afirma ter conhecido pessoas que foram salvas em outros apriscos, e as considerava irmãos na fé:

 No ano de 1898, o Senhor salvou o irmão Giuseppe Beretta por meio dos Metodistas Livres, Americanos, o qual após algum tempo uniu-se conosco, Presbiterianos italianos.
Eu fiquei em Los Angeles, e acolhi em casa do irmão N. Moles algumas irmãs italianas já salvas e batizadas com o Espírito Santo, nas Igrejas Americanas daquela cidade." (As igrejas Americanas eram outras denominações, já que a CC não existia até então)

“Então, servindo-se Deus também de outros meios, convenceu-se e dois dias após fez-se batizar mesmo em Elgin, por um irmão Americano pertencente à Igreja dos Irmãos (Church of the Brethren).”

“Em fins de Abril de 1907, o Senhor me fez encontrar com um irmão Americanoum dos primeiros a receber a promessa do Espírito Santo em Los Angeles, no ano de 1906 e, por meio dele soube que na W. North Ave, 943, havia uma missão que anunciava a promessa do Espírito Santo e que o próprio pastor (W. H. Durham) A havia recebido. Na primeira semana freqüentei sozinho aquele serviço e o Senhor me confirmou que aquela era sua obra.”

Como pode-se notar, no princípio, o próprio fundador da Congregação Cristã reconhecia membros de outras igrejas como irmãos e irmãs. Isto ainda é assim no nas igrejas ítalo-americanas que, não só reconhecem membros de outras denominações como irmãos, mas também os recebem na Congregação Cristã nos Estados Unidos sem precisarem passar pelo rebatismo.

Em 1961, porém, em Assembleia Geral no Bairro do Brás, SP, os anciães chegaram à conclusão de que “Deus os teria guiado a mudar este entendimento: pessoas de outras denominações  não são nossos irmãos e irmãs na fé”, conforme pode ser comprovado a seguir:

TÓPICOS - ASSEMBLÉIA DE 28 A 31 DE MARÇO E 1° DE ABRIL DE 1961

Doutrina do Batismo

“Quando se vae batisar, sendo o servo de Deus um mandado do Senhor, para cumprir o mandamento deve usar as palavras “Em Nome do Senhor Jesus te batiso Em Nome do Pae, do Filho e do Espírito Santo” tudo conforme se encontra em S. Mateus XXVIII, vs. 19 e Atos II, vs. 38. Pois o sacramento que está cumprindo é um mandamento do Senhor Jesus. Sempre temos considerado que todos sejam batisados segundo o Senhor nos tem feito claro desde o princípio desta ObraO Senhor nos guiou em que só sejam considerados nossos irmãos aqueles que se batisam entre nós. Na obra de Deus não temos parentes nem amigos, todos somos iguaes e quem não está na doutrina não é considerado como irmão nem tem liberdade nos cultos.”

Na verdade, a CCB não vai tão longe para resgatar suas raizes originais. Se a CCB fosse proceder como desde o princípio, crentes de outras igrejas não precisariam ser novamente batizados para serem considerados irmãos na fé e participarem com liberdade cristã dos serviços de culto, ou pelo menos, cada caso poderia ser julgado individualmente, buscando validar (ou não) o batismo de pessoas de outras igrejas evangélicas que desejam se filiar à CCB. Mas isto não acontece na CCB.

Portanto, o “desde o princípio” não é uma regra fielmente seguida pela CCB e, ainda que fosse, ele não poderia ser usado como critério básico para a validação de uma doutrina cristã, já que muitos dos líderes religiosos cometeram erros grotesco no princípio, bem como continuam a cometer ao longo de toda sua trajetória ministerial.

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