TÓPICOS DE ENSINAMENTOS – 1962
- CASAMENTO SEM SER DA VONTADE DE DEUS EMBORA CRENTES
Também nos casamentos entre crentes, quando não é preparado por Deus, as pessoas não encontram bênçãos e as vezes até recebem pesados castigos. Houve o caso de uma irmã que, estando noiva com um incrédulo, sendo repreendida e exortada pela Palavra desfez aquele noivado.
Pouco tempo depois começou a namorar um irmão nosso; pediram a confirmação pela Palavra e o Senhor lhes respondeu claramente que aquele casamento não era de Sua vontade; se insistisse, vindo a realisar essa união, a pesada mão de Deus os castigaria. Estes dois irmãos apesar desta Palavra, resolveram se casar e o cumprimento do que veio pela boca do servo de Deus realisou-se, nunca tiveram um dia de felicidade; passaram por tudo; miséria, fome e enfermidades sobre a filha e por fim o marido adoeceu com gravíssima moléstia que o deixou paralítico e quase à morte. A esposa, então ao pedir oração para o próprio servo que lera a Palavra, chegou até a lhe pedir perdão, por não haver obedecido ao que Deus mandara pela sua boca. Depois de ser apresentado em oração, o enfermo começou a melhorar e já está andando; este exemplo deve ser conhecido por todos e ficar patente a toda mocidade.
2008 - Pregadores não devem entrar em assuntos sobre “confirmação para casamento”
Circular – 2008 PRESERVAÇÃO DA SÃ DOUTRINA E DA FÉ QUE UMA VEZ FOI DADA AOS SANTOS
... Repetimos aqui os ensinamentos de diversas reuniões anuais, lembrando a linguagem que nos convém quando nos dirigimos à nossa irmandade, pois alguns de nós, ou por imitação ou por terem-se habituado a essa maneira de falar, usam a palavra "eu" com demasiada freqüência. Por mais que o pregador esteja sentindo a presença de Deus, deve evitar dizer: "eu te digo", "eu te perdôo", "eu vou te curar', "eu te abrirei uma porta", "eu vou mandar um anjo", mas deve dizer: "este é o conselho do Senhor para ti", "terás perdão, em nome do Senhor", "se obedeceres, poderoso é Deus para te curar, se este for o Seu plano"; sempre lembrando-se de que é homem falando para homens, guiado pelo Espírito de Deus. Não deve falar como se Deus ou Jesus estivessem personificados no pregador...
Não nos envolvamos em casamentos, de modo a dizer na pregação que o Senhor "preparou para ti este irmão" ou "preparou para ti esta irmã". Um pregador, em sua precipitação, até mencionou o nome da jovem, dizendo-lhe que determinado irmão era preparado por Deus para ela. Ela não amava o rapaz, mas casou-se por temor a pregação. Arruinou-se o casamento e o pregador caiu em descrédito.Casamento é obra de Deus nos corações dos interessados que, sem dúvida alguma, devem sentir amor recíproco para se unirem em matrimônio. É assunto entre os dois e Deus.
Todo mundo que é familiarizado com a CCB sabe que a Busca da Palavra é uma prática amplamente difundida, tanto por membros da Congregação quanto pelos “testemunhados” que frequentam os cultos. Busca-se a Palavra por diversos motivos: compra ou venda de propriedades, mudanças, viagens, sair ou entrar em um emprego etc. Para o casamento não poderia ser diferente.
Ao se interessarem por alguém, os jovens da CCB que desejam contrair matrimônio buscam através da “Revelação da Palavra” nos templos da Congregação uma resposta para saber se a pessoa por quem eles estão interessados é aquele/aquela que será seu conjugê. Tudo seria perfeito se a Busca da Palavra funciona-se na prática tanto quanto na teoria.
O primeiro indício de que esta prática da CCB é uma falácia é o próprio reconhecimento do Ministério do Brás de que pregadores devem abolir o costume de pregar casamentos para a mocidade.
Muitos moços apaixonados Buscam a Palavra antes mesmo de falar com a moça por quem estão interessados. Quando finalmente conseguem criar coragem para falar com a pessoa, levam um balde de água fria: ela não estão afim de “Buscar a Palavra” com ele. A decepção e confusão são enormes para o rapaz. Moças apaixonadas buscam a Palavra para saber se um certo moço será seu futuro esposo e ouvem, de fato, a “confirmação” que elas desejam. Meses depois ele está namorando e mais tarde está se casando com outra.
Outros casais acabam de se conhecer e vão Buscar a Palavra para saber se é a Vontade de Deus que eles namorem. A “Confirmação” vêm no culto dizendo que é da parte de Deus. Eles se alegram e começam a namorar. Com o passar dos meses, o casal começa a conhecer as particularidades um do outro e vêem que eles são incompatíveis na personalidade, nos objetivos e até mesmo na educação, higiene. Alguns terminam o relacionamento e partem para outra, vão “Buscar a Palavra” novamente com outro interessado/a. Outros, por acreditarem demais na “confirmação” da Palavra acabam se casando e, consequentemente, entram numa vida de amarguras, muitas das vezes culminando no divórcio.
Às vezes uma moça/um moço se interessa por alguém e pede para Buscar a Palavra na Congregação. A outra pessoa não tem o mesmo sentimento mas, por educação, aceita. Ambos vão ao culto e adivinhe: A Palavra vem confirmando casamento. A pessoa interessada se sente alegre e confirmada mas a outra, crente de que Deus não confirmaria, se sente oprimida e acaba não aceitando o relacinamento, ou aceita por medo de ir contra a vontade de Deus.
Há inúmeros casos na CCB de casamento de moças com rapazes homossexuais. Será que elas não buscaram a Palavra? De fato, elas buscaram e veio na boca do pregador a “Confirmação da Parte de Deus”. Ora, “Deus” confirma uma união assim? Na CCB, sim.
Afinal de contas, onde está a origem desta confusão generalizada?
A resposta é: Um Mito. A CCB acredita que Deus fala com a igreja através de uma incorporação do Espirito Santo na boca do pregador. Partindo deste princípio, tudo o que o pregador fala é como se fosse o próprio Deus falando. Aquilo que muitos já desconfiavam foi confirmado e reconhecido pelo próprio ministério do Brás, numa carta assinada por 36 dos anciães mais velhos da Congregação Cristã no Brasil: A Palavra da CCB não é Deus falando na boca do pregador, mas sim homens falando com homens (sempre lembrando-se de que é homem falando para homens, guiado pelo Espírito de Deus. Não deve falar como se Deus ou Jesus estivessem personificados no pregador).
Mas e quando a Confirmação vem e o casamento dá certo? Ora, olhe ao seu redor e veja quantos casais que não pertencem à CCB estão casados há anos, têm filhos juntos e vivem felizes. Casamento é uma consequência da vida para a maioria da população e, independente da religião que a pessoa pratique (budismo, catolicismo, protestantismo, islamismo etc) a certa altura de suas vidas as pessoas irão buscar alguém para se relacionar. Muitas destas uniões darão certo, outras infelizmente não. Na CCB não é diferente. Analise quantos casais de crentes da Congregação você conhece que se separaram, ou que estão casados mas são infelizes, vivendo de aparências? Será que eles não Buscaram a Palavra para se casarem? Sim, a maioria buscou e recebeu a mitológica confirmação. Dizer que o casamento não deu certo porque o casal não permaneceu na “fidelidade da Palavra” é uma tentativa de justificar uma falha no sistema religioso: a de que “Deus através da Palavra” não erra, mas sim os homens. Obvio que o erro é dos homens que pregam nas congregações como se fossem o Próprio Deus falando, na primeira pessoa do singular.
Infelizmente, por crer piamente na mitológica “Confirmação da Palavra”, muitos jovens entraram em casamentos duvídosos e tiveram suas vidas matrimoniais arruinadas. A Congregação, ou melhor, uma parcela do Ministério está dando um passo atrás e reconhecendo que a tal prática da pregação na primeira pessoa e a Busca da Palavra são erros históricos praticados desde os primórdios da fundação da Congregação. O próprio Louis Francescon pregava “incorporando Deus em sua boca”: Em princípios de Dezembro o Senhor falou por minha boca, dizendo: "Eu, o Senhor, permaneci no meio de vós e se me obedecerdes e fordes humildes eu mandarei convosco todos os que devem ser salvos. Vos terei unidos por um pouco de tempo a fim de vos preparar, para depois mandar alguns de vós em outros lugares para recolher outras minhas ovelhas. Este é o sinal que vos dou para confirmar que vosso Deus é quem vos falou. Este local será pequeno para conter as pessoas que chamarei".(Histórico da CCB, por Louis Francescon).
Resta saber agora se haverá uma mudança real nesta crença ou se a tradição irracional cobrirá a tentativa racional de mudar o mito da Busca da Palavra, da forma que a Congregação o faz.
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